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Acorda, Sucupira!
Entre liminar e limbo: o mercado espera, a política se move
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Entre liminar e limbo: o mercado espera, a política se move

Governo judicializa o IOF e aposta em Alexandre de Moraes para retomar tributo. O mercado segura o fôlego, à espera de definição. Mas no Congresso, o recado já foi dado: começou a campanha de 2026

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Bom dia, pessoal!

Sejam todos muito bem-vindos, sejam todas muito bem-vindas. Esse é o nosso Acorda, sucupira, de quarta-feira, dia 2 de julho. Eu sou o Rodrigo Oliveira. E bom dia para todos que estão acompanhando essas idas e vindas do IOF e o Governo. Realmente optou por judicializar a disputa pelo IOF. Vocês vão lembrar que tomou um coro lá no Congresso Nacional e teve o decreto derrubado. E agora apelou para o STF para ver se consegue recuperar o decreto do IOF.

Por quê? Porque dia 22 de julho tem um novo relatório bimestral de receitas e despesas em que você tem que ter ali algumas, você coloca ali algumas previsões de receitas, de despesas e o governo quer que as receitas oriundas do IOF que estão aí dessa majoração do IOF que estão aí na casa dos 12 bilhões mais ou menos estejam presentes. Para isso do que é que o governo precisa? O governo precisa de uma liminar do STF, dizendo que, olha, a gente vai resolver o mérito mais para frente, mas deixa valer até por enquanto.

Por quê? Porque vai começar o recesso do STF agora e quem vai estar no recesso, o juiz de plantão, será o nosso querido supremíssimo Alexandre de Moraes. E aí pode, então, decidir a favor do governo. A argumentação do governo é aquela que vocês já sabem, o que está acontecendo atrapalha, viola a separação dos poderes, compromete a função administrativa do executivo e traz insegurança jurídica e risco econômico. Essas foram as três, como é que eu vou falar, são as três alegações principais do nosso querido Jorge Bessias, o advogado-geral da União que disse que apresentaria ontem mesmo essa ação no STF.

Não teve efeito no mercado, aparentemente isso já estava precificado, embora eu particularmente não acreditasse que o governo fosse partir para essa briga, porque o Congresso tinha deixado algumas portas abertas, por exemplo, ontem até na live mostrei isso para vocês, na live lá do YouTube, o Hugo Mota tinha falado sobre a aprovação da venda do excedente do pré-sal, que pode gerar entre 15 e 30 bilhões de reais de receita que não estavam estimadas ainda, não estavam nessas expectativas do governo. Então, meio que uma coisa netava a outra, ou uma coisa equilibrava a outra.

O Senado ontem chancelou inclusive essa decisão da Câmara, aprovou também essa medida e deve ser sancionada agora. E aí você tem a partir de agora a previsão de venda do petróleo excedente das áreas do pré-sal, que pode gerar uma receita nova para o governo. E aí você necessitaria menos dessa história do IOF. O problema é que o governo realmente partiu para a briga, antecipou a eleição de 2026 e agora as forças devem se movimentar conforme elas entendam que tem mais ou menos chance deste lado ou do outro para as eleições de 2026.

Então o Congresso entra em recesso também agora dia 18 de julho, mas até lá ainda tem coisa para discutir. Embora a MP 1303, que é a MP que traz alguns aumentos de impostos, acaba com a isenção de títulos isentos, equaliza o IR para 17,5 para qualquer aplicação de investimento, tirando esses incentivados, que ainda serão incentivados, mas menos incentivados, e outras cositas, mas isso parece que vai ficar só para o segundo semestre, para agosto, portanto, mas mesmo assim...

Depois do que o Hugo Mota fez com o IOF, votando antes da hora, não é impossível que você veja esse tipo de votação da MP 1313 acontecer também antes do recesso parlamentar. E aí as coisas vão ficando cada vez mais complicadas. A oposição, obviamente, depois de receber a notícia de que o governo judicializaria a disputa pelo IOF, já avisou que vai trabalhar para atrapalhar, como já estava trabalhando, para atrapalhar boa parte das medidas que o governo vai tentar emplacar no Congresso Nacional.

Hugo Motta e o Columbre não falaram nada ainda. Segundo o Jorge Messias, ele consultou os dois antes, avisou os dois antes de fazer, antes de entrar com o pedido no STF, mas ficou ainda aquele gosto ruim porque o presidente Lula não chamou os presidentes do Senado e da Câmara para conversar como era esperado por todos. Então você tem ainda um fator, um símbolo a mais desta crise entre governo e Congresso Nacional.

Hoje, isso não teve tanto efeito. A curva de juros mexeu muito pouco, fechou perto da estabilidade. O dólar, aí sim, esse teve algum efeito. Acabou realizando algum lucro, subiu um pouco, fechou 5,46, mas ainda abaixo dos 5,50. Ainda temos a Selic a 15, que ajuda bastante. E temos também uma fala do Powell, que ontem meio que passou... Passou sem chamar muita atenção. Mas ontem no evento que ele está em Sintra, ele chegou a falar que julho não seria tão cedo para cortar juros. Julho agora. Então parece uma mudança um pouco mais dovish do nosso querido Jerome Powell.

É claro que está todo mundo de olho preocupado com o payroll que sai amanhã, vai ser antecipado porque tem um feriado de 4 de julho nos Estados Unidos sexta-feira. Então payroll, que é aquele relatório de emprego, que é o mais importante para o mercado financeiro, é que vindo muito forte, aí sim ele pode sustar ou atrasar um pouquinho mais essa ideia de um corte de juros tão cedo lá nos Estados Unidos, ou mais cedo do que está precificado, porque hoje a precificação é para setembro.

Bom, no calendário econômico brasileiro, hoje a gente tem a divulgação da produção industrial, a expectativa é retração de 0,50%, depois de uma alta de 0,1%. de 0,10 em abril. Então, maio deve apresentar alguma retração na indústria, o que pode reforçar as apostas de corte de juros não tão longe assim, apesar do aviso do Banco Central de que os juros vão ficar em patamar restritivo por um tempo bastante prolongado.

Então é basicamente isso, hoje além disso não tem muita coisa, tem um ADP nos Estados Unidos que é de criação de empregos, mas como o payroll sai na quinta-feira, está todo mundo de olho no payroll. Nos Estados Unidos ainda tem o Big Beautiful Bill, que é o... A proposta de corte de juros do Trump, que passou ontem pelo Senado, passou de raspão 51 a 50, e que deve ser avaliada agora na Câmara dos Estados Unidos, em princípio antes do feriado de 4 de julho, porque aparentemente tem uma pressão aí do Trump para que isso seja aprovado antes do feriado, provavelmente deve ter algum instante aí de marketing para se aproveitar dessa história.

Então, nada de muito novo, a não ser um pouco mais de gasolina nessa fogueira que afastou o Congresso Nacional do Executivo, do Legislativo do Executivo e agora vai sofrer a mediação do Judiciário.

E para encerrar, vamos só passar aqui pelos mercados futuros. Futuro de Nasdaq 0,04% de alta, agora praticamente estável. Futuro de S&P 500 0,11% de alta, também praticamente estável. Lembrando que o Ibovespa fechou ontem em alta de 0,50, 139.549 pontos, próximo daquele recorde histórico de 140 mil pontos. O pessoal aí esperando essa nova alta, uma nova alta do Ibovespa então para buscar um novo recorde. O petróleo em 67,91 o barril nesse momento, em alta aí de 1,19%. Petróleo em alta mais forte. O minério de ferro em 2,68 de alta e o ouro a 0,15% de alta em 3.344 dólares a onça Troy. Só para passar aqui. O Bitcoin, 107.806 dólares. Beleza? Eu vou ficando por aqui. Bons negócios a todos nessa quarta-feira. E a gente se vê amanhã na nossa live no Youtube, às 7h30. Até lá. Força sucupira. Acorda, sucupira!1

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