Sucupira entre tarifas e decretos

TRANSCRIÇÃO GERADA POR IA

Bom dia, pessoal.

Sejam todos muito bem-vindos, sejam todas muito bem-vindas.

Eu sou o Rodrigo Oliveira e esse é o nosso Acordo da Sucupira de segunda-feira, 14 de setembro de 2025, de uma semana que começa com muita expectativa em dois assuntos específicos.

Começando por amanhã, terça-feira, dia 15, que é o dia da audiência de conciliação entre legislativo e executivo para discutir o IOF, foi aquela audiência que o Alexandre de Moraes convocou para o dia 15 agora, dia terça-feira, e onde o Executivo tenta ressuscitar aquele decreto presidencial de majoração do IOF.

O que aconteceu foi, o governo editou um decreto que foi muito mal recebido, logo em seguida fez uma mudança naquele decreto, depois de um tempinho mandou outro decreto de IOF que também não agradou e aí o Congresso derrubou o decreto do IOF via projeto de decreto legislativo.

Isso foi questionado na Justiça pela AGU e lá no STF e aí o Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, suspendeu ambas as normas, o decreto presidencial e também o projeto de decreto legislativo do Congresso Nacional.

Então fica essa discussão para amanhã e a gente, em princípio, não deve ter muita novidade porque aparentemente o Congresso não, inclusive encaminhou uma carta dizendo que não acha que deve haver mudanças no IOF porque ele foi utilizado de forma ou com caráter arrecadatório quando ele deveria ser regulatório, por isso mesmo pode ser feito via decreto presidencial, como tem o caráter de regular as transações financeiras, o IOF, então ele não precisaria passar por todo o trâmite do Congresso Nacional, no fim das contas o Congresso entendeu que isso não foi feito e agora... O STF vai moderar essa conversa.

Vamos ver o que sai disso.

Mas além disso, a gente tem um impacto muito mais forte, pelo menos por enquanto, das tarifas do Trump, que tarifou o Brasil em 50%, dizendo que tem uma perseguição contra a liberdade de expressão, tem uma caça às bruxas contra o Bolsonaro e que o Brasil não tem sido legal com os Estados Unidos.

O que é um pouco de balela, ou muito de balela, mas ficou claro para uma parte das pessoas que essa tarifa está sendo utilizada, na verdade, para mandar um recado para os outros membros do BRICS.

Se você lembrar, que durante a reunião dos BRICS, o Trump já tinha soltado aí dois posts na Truth Social, que é aquela rede social dele, sobre o assunto e depois, um dia, dois depois, mandou essas tarifas, então ficou claro que a intenção é mandar um recado para a Índia, por exemplo, que já está fechando um acordo, aparentemente, com os Estados Unidos, que deve minorar as tarifas para baixo de 20%, no caso indiano. A China, que está com tarifa de 30%, mas ainda está em negociação. E a Rússia, que está com tarifa zero, pelo menos por enquanto, sem os Estados Unidos ainda tentando discutir alguma saída para a guerra com a Ucrânia.

E a Rússia, como é que se diz? Também, assim como a Índia e a China, não foram para o ataque contra o Trump depois daqueles avisos no Truth Social. Contrário do Brasil, quando o Lula foi um pouco mais incisivo, foi um pouco mais duro e recebemos então uns 50% de tarifa.

É interessante porque tudo isso mexeu com a política e com as eleições de 2026. Como esperado, o Lula acabou faturando em cima disso, pelo menos alguns levantamentos sobre mídias sociais mostram que o Lula tem apresentado vantagem nessa discussão, tem ganhado popularidade com essa discussão enquanto o Bolsonaro, por se apresentar como um defensor da soberania brasileira, enquanto o Bolsonaro tem perdido popularidade, tem tido muitas menções negativas. E o Tarcísio de Freitas também caíram nessa conversa, ambos, e deram chance para ressuscitar o presidente Lula para as próximas semanas.

Vamos ver o que acontece. Muita gente acredita que isso não tem fôlego para atrapalhar as eleições de 2026. Por enquanto, isso tem mexido um pouco com os ponteiros, com os ânimos eleitorais.

No caso do mercado financeiro, a visão, pelo menos por enquanto, é de que o efeito das tarifas não é tão assim, mas que ele pode... O Roberto Dumas, inclusive, no fim de semana, falou em algo de uma contração no PIB de 0,3%, por exemplo, mas o problema maior talvez seja o efeito no câmbio, a expectativa de queda nas exportações para os Estados Unidos em função dessas grandes tarifas, porque a gente estava batendo recorde, eu estava tendo grandes volumes de exportação de café, de minério de ferro e isso acaba que trazia muito dólar para o Brasil, continua por enquanto, porque as tarifas só começam a valer no dia 1º de agosto, mas podem reverter ou reduzir demais o fluxo de dólar, daí o dólar se aprecia contra o real, isso acaba impactando a inflação, impactando a inflação, acaba impactando a política monetária, e aí você pode ter ou juros por mais tempo, mais altos por mais tempo do que o esperado primariamente, ou até uma majoração nos juros básicos que hoje estão a 15% ao ano.

O Ibovespa acabou fechando a semana em queda, em queda forte, de 3,36% no acumulado da semana passada. Na sexta-feira fechou em queda de 0,41%. Boa parte desse movimento foi, sim, após o anúncio das tarifas. A gente vinha até numa toada muito mais vantajosa.

O dólar acabou voltando um pouco, o dólar estava próximo dos 5,40, chegou a namorar os 5,60, mas continua abaixo dos 5,60, o que é bom porque é abaixo daquele nível de dólar que o COPOM, que o Comitê de Política Monetária, utiliza para calcular a política monetária ou o nível de juros que devem ser aplicados no Brasil.

Então, a gente tem esse efeito que, por enquanto, pelo menos não é possível tão grave, mas ficou todo mundo de olho.

Nos Estados Unidos, no Brasil hoje tem focos e não tem nenhum dado econômico muito importante na agenda, nos Estados Unidos tem inflação produtora, inflação consumidor, tem o início dos balanços com os grandes bancos, o Goldman Sachs, se não me falha a memória, deixa eu ver se eu acho aqui...

Ah sim, outra coisa que eu esqueci aqui de falar só, o Trump também anunciou a tarifa de 30% para o México e para a União Europeia, mas continua, as coisas continuam em negociação também, assim como está com o Brasil.

É o estilo Trump de fazer negócio, a gente já falou sobre isso.

Deixa eu só achar aqui então os bancos, onde estamos... Bom, eu não estou achando aqui quais são os bancos especificamente, mas os grandes bancos americanos começam a divulgar os resultados nesta semana.

E a gente fica com esse movimento todo.

Nos Estados Unidos ainda tem, obviamente, a continuação daquela pressão do Trump contra o Jerome Powell, em função do Jerome Powell, não está cortando os juros na velocidade que o Trump gostaria, ou seja, que houvesse algum corte, porque não houve nenhum até agora, e ele de novo falando sobre que seria uma ótima, se o Paulo renunciasse e saísse antes do fim do mandato.

Tem noticiário nos Estados Unidos falando que pode haver uma mudança no regramento do FED, que abriria um espaço para encurtar a posição do Jerome Powell ou a função dele como presidente do Fed, mas tudo isso a gente já viu por aqui, a gente sabe que não dá em nada, é só ruído e não é informação. Então isso só atrapalha, mas no fim das contas não tem muito o que fazer.

Só para deixar claro aqui, os bancos são JP Morgan, Wells Fargo e Citi, amanhã e o Bank of America, Morgan Stanley e Goldman Sachs na quarta-feira, tá bom? Isso pode agora, então, abrir oficialmente essa nova temporada de resultados e aí a gente já começa a ter uma noção dos impactos dessas mudanças macroeconômicas dos últimos meses, né?

Bom, eu vou ficando por aqui, lembrando então, amanhã é realmente quando a gente vai ter uma, pelo menos, uma cor um pouco mais específica sobre aquela história do IOF.

Tem muita coisa na mesa ainda, o Congresso aparentemente vai com uma proposta de outras medidas para compensar o IOF e o governo preocupado porque dia 22, uma semana depois, ele tem que apresentar o relatório de receitas e despesas e aí pode ser que ele aumente, tenha que aumentar o bloqueio e o contingenciamento de recursos para fazer frente à meta fiscal de zerar o déficit neste ano de 2025.

Mas tem muita coisa ainda. Para acontecer. Muita coisa na mesa ainda. Para ser negociada.

Então vou ficando por aqui. Bons negócios a todos. Uma ótima segunda-feira. Um ótimo começo de semana. E a gente se vê amanhã. Na nossa live no Youtube. Às 7h30 da manhã. Até lá. Avante sucupira.