TRANSCRIÇÃO GERADA POR IA
Bom dia pessoal, sejam todos muito bem-vindos, sejam todas muito bem-vindas.
Eu sou Rodrigo Oliveira, esse é o nosso Acordo da Sucupira do dia 31 de março de 2025 e o início de uma semana aí que tem vários acontecimentos importantes, repercussões importantes do fim da semana passada.
Eu quero falar aqui sobre três assuntos rapidinho, tarifas nos Estados Unidos, as tarifas do Trump, o tarifarço do Trump, o CAGED, o aquecimento do mercado de trabalho brasileiro, como é que isso repercute e um assunto que está fazendo bastante barulho no mercado financeiro, que é a proposta de compra do Banco Master pelo BRB.
E isso tem alertas importantes para a pessoa comum, para a gente que investe em CDB, achando que está tudo certo, o FGC vai garantir e está tudo bem. Coloca tudo nesse CDB muito louco de um banco qualquer, porque o FGC garante. E isso é uma conversa que talvez não seja exatamente assim como o seu assessor pode ter dito para você, tá? E às vezes não é por maldade do assessor, tá? É só pouco conhecimento ou desconhecimento ou simplesmente a ideia de que não, o FGC tem dinheiro infinito e não é assim que funciona.
Mas bom, vamos começar aqui, como eu falei, sobre o tarifácio do Trump. Começa aí dia 2 de abril, quarta-feira, então, será implementado o tal do tarifaço, das tarifas recíprocas. Ainda tem muitas idas e vindas, muita coisa que está se falando. O Trump tem dito que vai cobrar tarifa como é cobrada deles nos Estados Unidos para os países que os Estados Unidos têm déficit comercial, que não é o caso do Brasil. Mas o Brasil entraria na lista de tarifas recíprocas porque é tarifa recíproca, ponto. O Brasil está negociando, deve sair daí com algum acordo, o Brasil tende a ter um acordo que não seja tão ruim, afinal de contas a gente tem déficit comercial com os Estados Unidos, isto é, a gente importa mais, a gente gasta mais dinheiro importando deles do que eles gastam importando da gente, então eles ganham dinheiro nessa troca, o saldo, o líquido dessa troca é dinheiro para os Estados Unidos e um pouco mais de gasto para a gente por aqui.
No entanto, isso tudo pode gerar uma reorganização de tarifas pelo mundo. O nosso ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diz que está tranquilo, o Brasil tem... Aliás, ele não poderia dizer nada diferente, isso não é uma crítica ao Fernando Haddad. Ele não poderia chegar e falar, não, olha, estamos preocupadíssimas porque vamos perder um monte de receita ou vamos ter uma dificuldade sobre-humana de exportar nossas commodities e nossos produtos para os Estados Unidos e talvez para outros países em função do aumento de tarifas no mundo, por causa dessa guerra comercial que deve ser iniciada com o Trump.
Então ele diz que não está tranquilo, que o Brasil tem fortes laços comerciais com os três principais blocos econômicos do mundo, né? Ali nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. Então a gente não deveria se preocupar muito. Eu acho que ele tem uma, de certa forma, é aquilo que eu falei, ele não poderia dizer nada diferente, porque não faz sentido nenhum. Isso é aquela história do pai, dos pais, né? e as crianças em um momento de emergência. Você, pai e mãe, pode até estar preocupado, mas você faz cara de paisagem, faz cara de que está tudo sob controle para a sua criança achar que está tudo bem, e que você, que é aquele super-herói, ou super heroína para o seu filho e para a sua filha tem tudo sob controle quando na verdade não é bem assim mas de qualquer maneira a situação não é tão ruim para a gente mesmo não só porque a gente tem laços comerciais importantes com o resto do mundo uma pauta de exportação com uma diversificação razoável então.
E a gente tem déficit comercial com os Estados Unidos, que nesse caso específico passa a ser uma vantagem para a gente nessa negociação. Bom, então dia 2 de abril tem o início das tarifas do Trump, que ninguém sabe para onde vai, para onde, de onde veio. Ninguém tem certeza ainda sobre qual vai ser essa alíquota média. Tem gente que fala em 25%, tem gente que fala em 20%, tem gente que fala em 15%. Tem um receio de que isso prejudique o crescimento econômico americano e provoque inflação. A gente vai ver isso com o tempo.
Mas, além disso, na sexta-feira tem o payroll, que é aquele relatório de emprego nos Estados Unidos, importantíssimo para mostrar como é que está a economia americana. E também uma fala do Jerome Powell. Lembrando que já tem bancos agora, já tem mais gente precificando três cortes na taxa de juros americana até o fim do ano, o que ajuda o Brasil naquela história do carry trade, que é aquele diferencial de juros entre o juro alto brasileiro e o juro barato, entre aspas, nos Estados Unidos e outros países. Lembrando que os Estados Unidos, como é o juro do mundo, basicamente, então, ele acaba influenciando os outros juros no resto do planeta.
E aí sai o payroll na sexta-feira, que é esse relatório de emprego nos Estados Unidos, e aí deixa aqui para a gente falar sobre o CAGED, que saiu na sexta-feira, que é o relatório de emprego nacional brasileiro, com 430 mil vagas criadas em fevereiro, o maior número desde 2019, se não me falha a memória, quinhentas e tantas mil vagas nesse primeiro bimestre, mostrando que o mercado de trabalho brasileiro continua aquecido, continua pujante, apesar de uma leve queda no ganho real dos salários dos trabalhadores.
Mas mostra que a economia brasileira ainda continua aquecida, rodando forte. E isso acabou assustando um pouco o mercado na sexta-feira e depois o pessoal se mancou que, olha, se a economia continua forte e o Banco Central for um Banco Central comprometido com o combate à inflação, você vai precisar de mais juros. E aí o dólar até que subia, que caía, que subia mais forte durante o dia acabou subindo um pouquinho, ficando ali nos 5,78, 5,77 sem muita força no fim do dia. Os juros futuros acabaram subindo e a Bolsa caindo, com essa expectativa de juro mais alto.
É engraçado porque isso é parte de uma aposta que a gente fez na carteira recomendada Sucupira, que saiu na sexta-feira, para perfil arrojado, que tem ali um componente de prefixado. E o prefixado você ganha no caso da ETF, quando a curva fecha, isto é, quando os juros futuros caem. E ali a gente está falando de um ETF de prefixado que tem ali um duration, um prazo médio de vencimento dos títulos de dois anos. Então, esse janeiro 26, 27 e até meados aí de 27, são esses títulos que estão sendo carregados aí nesse ETF.
Então, se esse juro dos próximos dois anos médios aí caírem, você acaba tendo uma valorização maior daquele ETF. E isso é algo a se ver ainda. A tese que eu defendi no Esquina Sucupira, na carteira recomendada, é que a partir de meados desse ano, segundo semestre, para o começo do ano que vem, ano eleitoral, o Galípolo sinalizaria já, se já não começar, um corte na taxa de juros, né? Mas para isso talvez ele tenha que trazer um pouquinho mais para cima do que ele estava imaginando agora nesse primeiro semestre, mas vamos ver como isso vai se dar aí no decorrer desse ano, tá?
E aí, para finalizar aquela conversa, durante o fim de semana até deixei uma notinha que saiu no Globo falando que o Banco Master, e aí, quem tem CDB, quem tem conta em corretora, XP, BTG, deve ter sido procurado por um assessor de investimento um tempinho atrás, ou até recentemente, tentando aí convencer você a colocar um dinheirinho num CDB que estava pagando 120, 130%, 140% do CDI, e era deste Banco Master.
Então é assim, eu vou falar mais sobre isso amanhã no nosso Esquina Sucupira Edição da Manhã no YouTube, se você ainda não segue a gente lá no canal, é o canal Esquina Sucupira no YouTube, Ah, e sobre a carteira recomendada, está lá no Substaque, esquinasucupira.substac.com.
Então, o que acontece? Normalmente, os grandes bancos, se você for lá no Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Santander, você vai ver que os CDBs ali rodam próximos de 100% do CDI. Às vezes um pouquinho abaixo, às vezes um pouquinho, 102, 98, 90. Por que isso? Porque esse é o custo de captação do banco. O banco está pagando isso para você, para pegar o seu dinheiro e emprestar para outra pessoa. Se esse custo de captação fica muito alto, fica muito difícil dele emprestar dinheiro, porque ele vai ter que cobrar muito juros para emprestar esse dinheiro. Porque ainda tem um outro cálculo que entra com inadimplência, etc.
Esse cálculo da inadimplência é basicamente o seguinte, os justos pagam pelos pecadores. Você vai pagar um pouco mais de juros para garantir que aqueles que não honrarem a dívida não darão prejuízo para o banco. Você vai cobrir, é como se fosse um subsídio cruzado, de certa forma, se a gente parar para imaginar. Então, quando você ouve um negócio falando assim, olha, o banco, esse banco XYZ aqui está pagando 130, 140, 150% do CDI. 230, engraçado que ontem eu estava assistindo televisão, eu quase não assisto TV aberta, de verdade, e por um acaso a gente estava assistindo, e passou uma propaganda do Will Bank, e aí falava de um CDB lá que chama CD Builder, eu nem lembro a taxa, mas depois achei na internet alguma coisa de 230% do CDI em 3 meses, cento e tantos por cento do CDI.
E aí, lembrando, o CDI é parecido com a taxa Selic. Então, imagina o seguinte, se no ano passado você pegou um CDB desse a 130% do CDI e a Selic estava a 10%, você estava recebendo 13% ao ano nessa taxa. Hoje, a Selic está a 14%. Então, você está recebendo quase 16%, 3,4%. 4,2... 18%. Essa conta de cabeça pode estar errada, viu, gente? Mas uns perto aí de 18% ao ano. E essa dívida vai ficando mais cara, cada vez mais cara para o banco.
E aí, eis que está todo mundo com medo que o banco quebre. E de repente até parece que tinha uma conversa já do BTG tentando comprar o Banco Master para evitar aí essa quebra. E aí, amigo, se o banco está caindo pelas tabelas, o preço do banco vai lá para baixo, né? E aí apareceu o BRB, o Banco de Brasília, que é um banco estadual, um banco distrital, oferecendo R$ 2 bilhões para comprar 58% do capital total do banco, mas ficar só com 49% dos votos. Isso porque eles não queriam, segundo o presidente do BRB, estatizar o Banco Master, e sim adquirir essa grande oportunidade do mercado, que é comprar esse banco que tem mais ou menos 50 bilhões em passivos cobertos pelo FGC.
E o que isso quer dizer? Aquele fundo garantidor de crédito, ele paga até 200... Eu vou falar mais sobre isso amanhã no YouTube. Ele paga até 250 mil reais por conta. Um milhão por CPF. Vamos supor que você tenha quatro contas diferentes em bancos diferentes, o CPF teria direito a 1 milhão e 250 mil por conta.
Pois bem, 50 bi é mais ou menos metade do que tem o FGC. Então, se o banco entrar num evento de liquidez desse, num problema desse, de ter que ser coberto pelo FGC, só ele está levando mais ou menos metade do dinheiro todo que o FGC tem de liquidez. Imagina se mais alguém quebra junto. Aí, amigo, aquele dinheirinho do FGC que você acha que é infinito, que protege seu capital, etc., ele começa a correr risco, tá? Caso isso não aconteça, o FGC vai garantir mesmo, não tem problema, o pagamento sai rápido, inclusive hoje em dia, sai em cerca de duas, três semanas, até 250 mil.
É outra conta, amanhã a gente fala como é que você calcula, como é que você vai calcular 250 mil no fim do seu contrato de CDB, e não no começo, porque senão no mês seguinte, se o banco quebrar, você só tem direito aos 250 que você colocou, o que rendeu você já perdeu. Mas isso mostra para a gente que é investidor que as coisas não são tão simples. Não existe, como é que se diz, almoço grátis. Quando a esmola é demais, o santo desconfia. Ou como dizem os americanos e os ingleses, quando algo parece muito bom para ser verdade, é porque é muito bom para ser verdade.
Então, vale o alerta aqui. Tem essa história da política também, o Mantega foi consultor, aparentemente, do Banco Master, conseguiu, inclusive, um encontro do presidente do Banco Master com o presidente Lula e mais outras pessoas. O fato é que o Banco Central do Brasil, agora presidido pelo nosso querido Gabriel Galípolo, está responsável por dizer se esse negócio pode ou não ir para frente.
Tem algumas coisas aí que podem transformar o BRB, fragilizar o BRB. O BRB salva o Master, mas vira um banco frágil, vira um banco com problemas aí, com um balanço muito mais complicado. O presidente do BRB disse que não, que assim que vencerem esses CDBs, eles serão renovados a taxas de mercado normais e isso vai ser ótimo.
Para quem tem CDB, do Banco Master, se o negócio se fizer, beleza, porque a pessoa acaba tendo o BRB agora como lastro e não o Banco Master num CDB com rentabilidade altíssima. Mas é isso, a gente fala mais amanhã sobre isso na volta, nessa semana, da nossa live no YouTube, lá no Esquina Sucupira, edição da manhã. Não esqueça, siga a gente lá no subestaque, esquinasucupira.subestaque.com, no YouTube, lá no canal Esquina Sucupira, tá bom? Amanhã a gente se vê, sete e meia da manhã, bons negócios a todos nessa segunda-feira, e avante, Sucupira!
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