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BC não tem dúvida: situação piorou e juros vão a 14% para segurar inflação
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BC não tem dúvida: situação piorou e juros vão a 14% para segurar inflação

Com Selic a 12,25% e sinais de mais altas, Banco Central endurece enquanto tenta conter inflação e dólar em um cenário fiscal crítico
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TRANSCRIÇÃO GERADA POR IA

Acorda, sucupira!

Bom dia pessoal, sejam todos bem-vindos, sejam todas bem-vindas.

Esse é o nosso Acorda Sucupira do dia 12 de dezembro, quinta-feira, que significa que amanhã é sexta-feira 13, só lembrando, só antecipando aqui. Eu sou Rodrigo Oliveira, então, meus queridos brasileiros e brasileiras, estamos nesta quinta-feira com o mercado a reagir à decisão do Banco Central de ser super rockish, que é como o mercado gosta de se referir a essas decisões do Banco Central que são mais duras, mais austeras, com juros subindo.

Rockish, em contraste com o Banco Central Doves, que é a pomba, que é tranquila, caindo juros, expandindo base monetária, relaxando a política monetária. Não, estamos aí como falcões, subindo com força e determinação, digamos assim, o Banco Central.

Então ontem o Comitê de Política Monetária aumentou os juros básicos, a taxa Meta Selic, para 12,25% ao ano, então um ponto percentual de alta, o que faz deste que vos fala errado, porque eu falei que acreditava no 0,75% de alta, que o Banco Central não assumiria uma postura de, para mim, uma postura mais panicada, uma postura mais "nossa senhora, olha só o que está acontecendo".

Mas foi exatamente o contrário do que eu imaginei que fosse acontecer. O Banco Central assumiu a postura de: olha só, as coisas estão muito ruins, e a gente resolveu pisar no acelerador dos juros e os juros devem subir, e muito. Para segurar o dólar, que está acima de 6, lembrando que os juros é o preço da moeda para quem está do lado de fora. Então, se o preço está subindo, vale a pena você comprar.

E também para tentar dar uma estancada nessa desancoragem das expectativas de inflação, que são os agentes econômicos já imputando inflações mais altas lá na frente, o que são promessas que são autorrealizáveis, aquilo que a gente conversa sempre.

Se você acha que as coisas vão estar mais caras no futuro, você, que vende alguma coisa, já aumenta o seu preço agora, porque na frente você vai ter que pagar insumos mais caros, matérias-primas mais caras para poder fazer o seu produto.

Então você já aumenta o preço, e aquela expectativa de inflação para daqui a um ano ou dois, ela vira realidade de inflação nessa hora.

Então é isso que o Banco Central parece estar querendo impedir.

E aí o comunicado foi extremamente duro, o Banco Central chutou o balde, digamos assim, na última reunião do Roberto Campos Neto, e disse que o fiscal teve um efeito muito ruim, as expectativas sobre o fiscal brasileiro tiveram um efeito muito ruim, o dólar disparou, as expectativas de inflação pioraram muito.

E o Banco Central, então, puxou para ele e disse: olha, vem cá, a gente vai resolver isso aqui na força do braço da política monetária. Lembrando ali, Milton Friedman, que não existe dominância fiscal. Isso tudo é conversa, papo furado. O que existe é dominância monetária sempre, porque é a política monetária que vai segurar toda a base monetária.

E dado que a inflação é expansão da base monetária, só a política monetária consegue segurar a inflação. A política fiscal, embora atrapalhe, não consegue ser dominante. Porque tem essa história de que você sobe muitos juros, como a dívida é alta, você tem que pagar juros da dívida, a dívida acaba crescendo mais ainda e isso tudo vai se transformando numa bola de neve.

Fato é que o Banco Central deu de ombros para essa história e disse: olha, não estamos nem aí, vamos aumentar os juros agora em um ponto percentual para 14,25 e, está escrito lá no comunicado, se as coisas permanecerem como estão, teremos pelo menos mais dois aumentos de um ponto percentual em janeiro e março, as duas próximas reuniões do Banco Central.

Um Banco Central que já será de maioria de indicados do presidente Lula e também de presidência de liderança de Gabriel Galípolo, o homem que foi o braço direito do Fernando Haddad no Ministério da Fazenda no começo do governo e também anda por aí com o Lula, quando o Lula obviamente não está no hospital, né?

Mas o Galípolo então à frente e já contratados, contratadas duas altas de um ponto percentual na Selic, para o ano que vem, que levaria a Selic para 14,25.

14,25 é mais alto do que o esperado na mediana do Focus dessa semana, de segunda-feira, que estava em 13,75%. Então o Banco Central chamou para si a responsabilidade e deu aquele famoso choque de credibilidade: nós não iremos brincar com a inflação, nós vamos fazer o que tiver que ser feito.

E aí o mercado reagiu como? O dólar caiu um pouco, está abaixo dos 6 reais hoje de manhã. O dólar futuro também está apontando para baixo.

Os juros futuros deram uma leve aliviada, especialmente na parte mais longa da curva, mas a parte curta, que é justamente onde está sendo precificado o aumento imediato da Selic, subiu. Então, o mercado parece ter entendido que o Banco Central agiu de forma correta e conseguiu segurar um pouco da deterioração.

Agora, olhando para o fiscal, não mudou muita coisa. O pacote de cortes de gastos continua sendo discutido no Congresso. Ontem o Arthur Lira falou que espera votar as medidas ainda esta semana, mas ainda há resistência por parte de alguns deputados, especialmente no que diz respeito ao BPC e aos benefícios previdenciários.

O prazo está extremamente apertado. O Legislativo só tem mais uma semana de trabalho antes do recesso, e não há garantias de que todas as pautas pendentes serão aprovadas.

Na reforma tributária, por exemplo, o relator do Senado, Eduardo Braga, apresentou um texto que sofreu resistência tanto de empresários quanto de parlamentares. A proposta ainda precisa ser ajustada e, mesmo se aprovada no Senado, terá que voltar para a Câmara, o que complica ainda mais o calendário.

O cenário fiscal para 2025 continua nebuloso, e isso deve manter a pressão sobre o dólar e os juros no curto prazo.

Além disso, o governo ainda precisa lidar com a percepção de que falta uma estratégia clara para equilibrar as contas públicas. A liberação das emendas foi um passo importante para destravar algumas pautas, mas não resolve o problema estrutural.

Enquanto isso, o mercado financeiro já começa a ajustar suas expectativas para o próximo ano. Com uma Selic que pode chegar a 14,25% em março, as apostas para o crescimento econômico em 2025 estão sendo revisadas para baixo.

A inflação, que já está acima da meta, deve continuar pressionada pelos efeitos defasados do fiscal e pela inércia inflacionária.

Portanto, o recado do Banco Central foi claro: estamos sozinhos nessa luta contra a inflação. Se o governo não fizer sua parte no ajuste fiscal, a política monetária terá que carregar todo o peso, o que significa juros mais altos por mais tempo.

Por hoje é isso. Amanhã voltamos com mais novidades sobre o mercado e os desdobramentos políticos e econômicos. Bons negócios a todos!

Avante, sucupira!

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Bem-vindos ao "Acorda Sucupira", o podcast matinal que traz um panorama dinâmico e acessível do que realmente está acontecendo no cenário político e econômico do Brasil e do mundo. Pensado especialmente para os investidores que buscam entender as nuances por trás das declarações e dos números, nosso programa vai além das manchetes e das cifras.