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Lula ameaça: em 2025 vamos colher o que plantamos na economia
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Lula ameaça: em 2025 vamos colher o que plantamos na economia

Mercado espera inflação ainda alta, Selic em 16% ao ano para tentar conter pressão de preços e desaceleração forte no crescimento do PIB para o ano que vem
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TRANSCRIÇÃO GERADA POR IA

Acorda, Sucupira!

Bom dia, pessoal!

Sejam todos bem-vindos.

Sejam todas bem-vindas ao nosso Acorda, Sucupira, de 16 de dezembro, segunda-feira.

Última semana antes do Natal, né?

Eu sou Rodrigo Oliveira.

Então, vamos em frente, brasileiros e brasileiras, porque o Lula está ameaçando colher tudo o que plantou nos dois primeiros anos de governo na economia.

É, se prepara, porque se for colher o que plantou, vai ser complicado, viu?

Ontem, depois de receber auto-hospitalar lá em São Paulo, do Sírio-Libanês, ele deu uma entrevista ao Fantástico, deu uma entrevista coletiva... E ao Fantástico, ele foi nervoso, o Lula nervoso, o Lula chateado porque ninguém acredita na responsabilidade fiscal dele e repetiu duas ou três vezes, ninguém, ninguém, ninguém nesse país, no mercado financeiro, antes era no país inteiro, agora já virou só o mercado financeiro, no mercado financeiro tem mais responsabilidade fiscal que eu.

E aí ele diz uma frase que não deram muita atenção, mas é a frase mais importante na minha opinião, que é, diz o Lula, se eu gastar mais do que eu tenho, quem vai pagar a conta é o pobre.

Uai, então o nosso presidente sabe o que ele está fazendo, olha que coisa.

Porque a gente poderia argumentar, assim como foi argumentado um tempo atrás, para outras acusações que ele não sabia, não é mesmo?

Mas ele sabe, ele está dizendo que sabe, que se continuar do jeito que está, o pobre é que vai se lascar.

O fato é que não há responsabilidade fiscal nenhuma, não há esforço nenhum para equilibrar gastos e receitas.

Já conseguiram aumentar as receitas, mas vai ter que cortar gastos porque as receitas não conseguiram crescer o tanto que precisa para cumprir todos os compromissos voltados a despesas, investimentos, o que quer que seja.

Então, quando isso acontece, você é obrigado a cortar gastos.

E é isso que o Lula teima em fazer de conta que não sabe.

Ele falou também sobre a reforma tributária, A Sônia Bride da Globo falou, olha, do jeito que está indo, o pessoal está imaginando que a alíquota do imposto único pós-reforma tributária vai ficar acima de 28%.

E o Lula fez o que ele sempre faz, fez a mesma coisa com o pacote de gastos, quando falou sobre o pacote de gastos, culpou o Congresso Nacional, né?

Colocou a responsabilidade no Congresso Nacional.

Diz ele, não, olha, a gente mandou para o Congresso e o Congresso é soberano, o Congresso faz o que achar que tem que fazer.

Quer dizer, uma hora é o executivo que tem que resolver as coisas quando lhe favorece, né?

E quando ele não tem coragem ou capacidade para fazer, aí diz que não, na verdade, é o Congresso que tem que fazer isso né então ontem ficou claro pelo menos para mim né que o presidente tem consciência do que tá acontecendo e não está nem aí basicamente é isso ele resolveu que vai ficar como um velhinho turrão brigando com o mercado financeiro e aí gente entendo não é que o mercado financeiro não é uma entidade que tem um líder, um grupo, uma razão em si.

Ele é um somatório de vontades.

Então, o juro futuro que o Lula reclamou, inclusive ele falou, olha, a única coisa que está errada nesse país é a taxa de juros que está acima de 12%, reclamando do Roberto Campos Neto, ignorando, mais uma vez, que quatro dos nove membros do Comitê de Política Monetária do Banco Central foram indicados por ele e votaram a favor da alta de 1% que foi definida na semana passada.

Ignorou isso, obviamente, e aí reclamou de novo, mas ainda deixou um alerta, vamos cuidar disso.

Por quê? Porque a partir de janeiro, Gabriel Galípolo é o presidente do Banco Central, presidente indicado pelo presidente Lula para comandar a política monetária brasileira.

E os petistas, o PT já disse que vai fazer uma pressão para o Gabriel Galípolo reduzir esses juros ou reduzir a velocidade em que ele sobe.

Lembrem-se que no comunicado da semana passada, o Copom indicou que vai aumentar os juros em um ponto percentual nas duas próximas reuniões.

O mercado, inclusive, já está apostando que talvez seja mais de 1%, de um ponto percentual, tanto para janeiro quanto para março.

Na curva de juros, você já tem 1,25% de alta para a Selic, né?

E por que isso?

Porque, ao contrário do que o presidente Lula falou na entrevista, mentiu, basicamente é assim, quando você não fala a verdade, você mente.

Você poderia estar equivocado, mas não é o caso.

Ele está mentindo, quando ele diz que a inflação está controlada.

A inflação não está controlada.

A inflação de 12 meses, até novembro, até o mês passado está em 4,76%, a meta é 3%, o limite da meta, o teto da meta é 4,5%, então 4,76% é uma inflação que está fora da banda de tolerância da que o Banco Central tem para trabalhar a meta de inflação isso quer dizer que ela está fora do controle do Banco Central se não se estivesse no controle do Banco Central estaria abaixo de quatro e meio ou melhor ainda muito próximo dos três por cento que não aconteceu mas o Lula indica aí que vai tentar, ou que vai fazer, que já está combinado com Galípolo, que vai controlar essa história dos juros a partir de janeiro do ano que vem, quando terá maioria no Banco Central, maioria de indicados pelo presidente Lula, maioria de indicados pelo governo de plantão, para então tocar a política monetária.

Eu acho que tem algumas coisas acontecendo que são um pouco diferentes.

As três intervenções, hoje tem mais uma intervenção no câmbio, me parecem já o Galípolo à frente do Banco Central, mais nervoso com o câmbio subindo.

O Roberto Campos tinha sido no último ano, nos últimos dois anos, mais contido, né? porque entendia, aparentemente, o colegiado todo entendia que era do mercado essas oscilações no câmbio, o câmbio subiu, o câmbio desceu, sem muita alteração, a não ser nesse fim de ano que tem aquele leilão de linha que é para dar vazão à necessidade de dólar para envio de remessa ao exterior, envio de lucros ao exterior das multinacionais.

Mas você teve um leilão à vista, você tem mais um leilão hoje e o dólar continua acima de 6 reais, então está bem complicado e você pode começar a gastar reservas para tentar controlar o dólar e isso talvez não seja tão, como é que se diz, tão bom assim para a economia brasileira.

Mas está muito cedo para falar sobre isso.

Por enquanto, vamos deixar o barco andar.

O que interessa aqui é como Galípolo e o Banco Central de maioria do Lula vai se comportar no próximo ano.

E pra gente saber como será também a inflação, né?

E é aquilo que eu disse, pro mercado financeiro, o mercado de DI ali, a curva futura de juros, já indicando duas altas de 1,25 ponto percentual no comecinho do ano que vem.

É... e taxa Selic final próximo de 16% ao ano.

Então tem muita coisa ainda para entrar no caminho, porque para 2025, pelo menos por enquanto, a gente tem inflação em alta, Selic em alta e PIB crescendo muito menos do que vinha crescendo, muito em função desse juro muito alto.

A tendência é que o crescimento econômico seja freado, você tem mais um pouco de desemprego e coisas parecidas.

Além disso, só para lembrar, amanhã tem a ata do Copom, que deve explicitar ali que talvez alguns membros do comitê não queriam o aumento de um ponto percentual, mas quando viram que na votação iam acabar perdendo, votaram juntos para causar menos ruído, já que a última divisão foi aquela que os quatro membros indicados pelo Lula votaram contra a redução no ritmo de corte de juros, lá em maio desse ano.

E isso acabou causando muito ruído no mercado, acabou piorando muito a situação.

E agora, como a gente já está numa situação ruim, isso seria... bastante, bastante desagradável, digamos assim.

Bom, além disso, essa semana tem votação no Congresso, na última semana para o Congresso aprovar LDO, LOA, reforma tributária, pacote de corte de gastos e o Lula está em São Paulo ainda se recuperando da cirurgia na cabeça, o que tira um pouco da força de negociação do governo.

Então a gente deve ver aí o BPC desidratar e também a gente deve ver aquela medida de contenção dos super salários também sofrer algumas perdas.

Não significa muito desidratar muita diferença na economia, ou super salários, mas o BPC sim, e mais do que o valor monetário, financeiro, dessas mudanças no BPC, tem o engajamento do Congresso com as medidas propostas pelo governo para cortar os gastos.

Então, isso tudo deve continuar a manter, deve manter o mercado financeiro ainda mais atento, né?

E mais arisco.

Acho que é essa palavra mais correta.

Beleza?

A gente vai desembaraçando tudo isso durante a semana.

Então, até lá.

Bons negócios a todos.

A gente se vê amanhã, se tudo der certo.

E avante, sucupira!

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Discussão sobre este podcast

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Bem-vindos ao "Acorda Sucupira", o podcast matinal que traz um panorama dinâmico e acessível do que realmente está acontecendo no cenário político e econômico do Brasil e do mundo. Pensado especialmente para os investidores que buscam entender as nuances por trás das declarações e dos números, nosso programa vai além das manchetes e das cifras.